A “caixa d’água” de Campo Grande RJ

A construção do reservatório foi motivada por uma das crises no abastecimento da cidade. O projeto do Engenheiro Henrique de Novaes objetivava restabelecer o equilíbrio na distribuição de água para os subúrbios da Zona Oeste, no trecho entre Bangu e Santa Cruz. Foi construído pelo Escritório Técnico Raja Gabaglia e inaugurado em 1928 no Governo do Presidente Washington Luis, tendo como Ministro da Viação e Obras Públicas o Dr. Victor Konder, origem do seu nome.

Foi reformado em 1988 sob a coordenação de Alcione Duarte e finalmente reativado em 06/06/1999, depois de passar por anos de inoperância. O imóvel que abriga o reservatório é composto de três áreas contíguas: uma com 7.920,00m² desapropriada de João de Moraes Macedo em 20/10/1927, outra de 11.960,00m², desapropriada de D. Anna Barata e a última de 1.600,00m², fazendo a ligação do terreno com a Estrada, também desapropriada de D. Anna Barata .

O acesso ao Reservatório Vitor Konder é feito pela Rua Aratanha. Esta rua começa na Avenida Cesário de Melo, importante eixo da Zona Oeste, e termina em aclive no Morro do Luiz Barata, em frente à entrada do reservatório.

O conjunto formado pelo reservatório, o posto de visita, a casa de manobras e a casa do encarregado formam um todo harmônico, cuja linguagem arquitetônica remete ao neocolonial, com elementos classicizantes.

Em frente ao portão de entrada situa-se a casa do encarregado. A casa do encarregado é ampla e imponente e suas fachadas também seguem o desenho de janelas e ornatos das demais construções. A sua fachada principal apresenta um frontão sobre a janela que é ladeada por alpendre.

O reservatório está implantado sobre um platô protegido por talude em todo o seu perímetro. Sua planta retangular é composta por duas câmaras de 8.000m cada e sua cobertura se apóia em uma malha xadrez de pilares de base quadrada que terminam em troncos de pirâmide . O reservatório é iluminado e ventilado em todo o seu perímetro por óculos circulares intercalados por janelas , as quais apresentam vergas (padieiras) em arco sinuoso formado por segmentos côncavos e convexos.

O posto de visita ao seu interior situa-se na cobertura do mesmo, que tem um grande campo gramado. O posto de visita ao seu interior apresenta planta octogonal com porta em arco pleno em uma das faces. As demais janelas têm formas semelhantes às do reservatório.

A sala de manobras fica em frente ao reservatório, alinhado com o eixo de sua maior dimensão .

Imagem Euter Mangia

A sala de manobras tem planta retangular com a entrada marcada por escadaria em semi-círculo e alpendre suportado por pilares robustos, de base quadrada que emolduram uma porta em vidro e ferro em arco pleno. A construção tem embasamento em pedra e paredes em alvenaria pintada com ornatos em argamassa. Suas janelas em madeira com folhas de veneziana, seguem a mesma forma dos arcos do reservatório. O telhado é em quatro águas. Há um frontão na fachada principal repetindo o mesmo arco característico.

Na encosta Norte, o reservatório tem como vizinha a favela das Almas, uma clara referência a sua proximidade com o Cemitério de Campo Grande. Nas demais direções observa-se uma ocupação predominantemente residencial de baixa densidade.

Imagem Euter Mangia

A paisagem que se desfruta do topo do reservatório é a vasta planície emoldurada pela silhueta das montanhas ao longe, gerando grande sensação de amplidão.

Fonte Inepac e imagens Deca Serejo