A casa antiga da estrada das Capoeiras em Campo Grande RJ
Sabe aquela imagem que não sai da cabeça? É sobre isso. Sempre tive curiosidade em descobrir a quem pertencia uma antiga casa na Estrada das Capoeiras, em Campo Grande RJ. Hoje sei que não era apenas a casa — todo o quarteirão pertencia à mesma pessoa.
O antigo número 134 da Estrada das Capoeiras, no final da década de 1930, correspondia a um sítio de propriedade do Sr. Francisco Antônio Serra. Um homem de visão e forte ligação com o bairro, ele contribuiu de forma marcante para o desenvolvimento da região.
Em 1953, o Sr. Francisco fez uma doação de terreno à Prefeitura do Rio de Janeiro para a construção de uma escola primária na Rua Pouso Alegre, substituindo a antiga Escola Augusto Vasconcelos, que na época já apresentava sérios riscos de desabamento.
Pouco depois, em 1955, ele cedeu parte de suas terras para a criação de um loteamento denominado Bairro Dona Emília, também conhecido como Condomínio Donegal, nome escolhido em homenagem à sua esposa, Emília dos Prazeres. Nesse espaço, nasceram as atuais ruas Pouso Alegre e Donegal.
Apesar disso, o Sr. Francisco manteve uma das propriedades do sítio original — possivelmente a mesma casa que ainda hoje desperta a curiosidade de quem passa pela Estrada das Capoeiras. Trata-se de uma construção encantadora, cercada por três majestosas árvores que resistem ao tempo e à urbanização.
Entre 2000 e 2003, o Carrefour tentou adquirir o terreno da casa para ampliar seu estacionamento, mas a negociação não avançou. Mais recentemente, um membro da família revelou que o imóvel está à venda. A casa guarda lembranças de gerações — como as de Dona Margarida, esposa de um dos filhos do Sr. Francisco, que viveu ali até o início dos anos 2000.
Além dessas propriedades, o Sr. Francisco Antônio Serra também foi dono de um prédio misto (comercial e residencial) na Rua Barcelos Domingos e de um terreno em sociedade na área onde hoje se encontra a Rua Mirassol. Homem atuante na comunidade, integrou ainda o Conselho Fiscal do Sindicato de Lavradores do Distrito Federal em 1942.
É de verdade um colírio para os olhos, além de ser um riquíssimo património do Bairro!
Obrigada