Há algum tempo alguém me enviou uma mensagem sobre essas enigmáticas fachadas. Seriam do século XIX, quem teria morado ali? Depois de um certo tempo estudando o bairro de Campo Grande RJ, nos tornamos uma espécie de Google sobre o bairro e adoramos, pois, a cada pergunta é um novo desafio e uma nova descoberta, sendo assim resolvemos ir ao local conferir a arquitetura e desvendar esse mistério
Fizemos uma caminhada com inicio na estrada João Melo, seguimos pela rua Campina Grande e então chegamos a estrada Serra Alta local de endereço do Sítio Girassol .
Nos encantamos pela obra mas nossas observações sobre os números nos frontões das fachadas que não condiziam com a arquitetura nos deixou mais intrigada . Na volta para casa encontramos um morador na rua Campina Grande que segundo ele moraria na rua “há milhões de anos” se ele saberia sobre as fachadas no muro do sítio, ele nos disse que os proprietários do sitio fizeram intencionalmente como ponto turístico.
Conseguimos contato com o sitio e de acordo com a proprietária Sra Néia Gomes a história é a seguinte: era um muro comum de um sítio que trabalha com festas e eventos há mais de 10 anos, houve um temporal forte e o muro do sítio cedeu, caiu.
Quando foram fazer a reforma a Sra Néia Gomes teve a ideia de fazer uma fachada, mas não sabia ao certo o que fazer, a inspiração veio de uma cidade que ela gosta muito: Paraty e optou pelas fachadas geminadas.
Os números nos frontões não fazem alusão ao século XIX como muita gente deduz ou pela informação que a imagem nos passa, na verdade 1837 é o número de correspondência do sítio e como torcedora flamenguista ela colocou também 1895, o ano de fundação do time da Gávea.
De qualquer forma as fachadas emprestam a estrada esse ar bucólico de cidadezinha do interior e é de fato um ponto turístico para os frequentadores e visitantes do local.
Ainda sobre o espaço onde funciona o Sítio Girassol, o local foi lugar de descanso e residência de um meio-campista e um dos melhores jogadores brasileiros de todos os tempos e que conquistou, por exemplo, as Copas do Mundo de 1958 e 1962, estamos falando de Waldir Pereira no nome de batismo, o Didi Folha Seca.
Nascido em Campos dos Goytacazes, no Norte do Rio, Didi começou a jogar bola no Americano. Chegou ao Fluminense em 1949 e ajudou a abocanhar o Carioca de 51. Pelo Botafogo, com o qual assinou em 1956, vieram as maiores glórias: tricampeão estadual (57, 61 e 62) e o título do Torneio Rio São-Paulo.
Com o falecimento do craque em 2001 vítima de um câncer, a família colocou o espaço a venda e que viria se tornar um local para festas e eventos.
Excelente registro histórico e ao mesmo tempo misterioso!
Parabéns pela postagem!
Muito obrigada!
Realizamos a festa de um ano do meu filho no sítio, foi sensacional, o lugar já era lindíssimo há oito anos, e a proprietária uma pessoa genial, muito profissional, educada, alto astral e seu buffet delicioso demais.
Muito obrigada pelo feedback